segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ilha do Marajó: beleza e aventura mais perto do que se imagina


Foto: Kiara Lubick


Foto: Jeff Severino - Abrajet/SC

Quando ouvia falar em Ilha do Marajó, imaginava um daqueles lugares remotos,  distantes milhas e milhas da costa, totalmente isolada. Um daqueles lugares os quais a  gente só vai em embarcação fretada, muito caro, muito longe, muito complicado. Humm, que nada! Ela está bem ali, mais próxima do que eu imagina. Apenas 3 horas de navio separam Belém, capital do Pará, da Ilha do Marajó. E o melhor: é  muito mais encantadora  do que a minha mente, empolgada por novos conhecimentos turísticos, esperava.
Amante das águas,  não dispenso um banho de mar, rio, cachoeira, seja lá o que for, desde que seja limpo e natural. Mas sabe àquela sensação e emoção por desfrutar de algo maravilhoso (quem ama as cachoeiras de Taquaruçu sabe do que estou falando) ,  isso a gente encontra no banho de ‘riomar’ de Marajó. Uma imensidão de águas que a gente não sabe ao certo se é rio ou se é mar, por isso batizei de ‘riomar’. Explico:  é um rio, que de tão grande, não dá para ver a margem do outro lado, parece o mar. E tem ondas, altíssimas (minha amiga Mara Rita que o diga), como o mar. O Rio  Marajó, ou Bacia do Marajó, se encontra com o mar. Nesta época do ano, como é tempo de seca, o mar adentra no rio. Já no tempo de chuva, é o rio que avança sobre o mar. É mais ou menos isso. Pouco importa. Importa mesmo é que a natureza presenteou nosso Brasil com uma paisagem fantástica e , para os quem gosta de rio e mar como eu, com a oportunidade de se deliciar com um banho em água nem salgada nem doce e cheia de ondas. Melhor, impossível.
Mas se você não gosta muito de água, tem a paisagem,  fascinante. A praia do Joanes é lindíssima. Foi lá que os padres jesuítas começaram a colonização da área, no século XVII, segundo contou o guia  turístico, Nick, que acompanhou a caravana de jornalistas da Abrajet na Ilha. Alías, Marajó também não é tão pequena quanto eu pensava. São 47 mil quilômetros de área nas quais estão localizados 11 municípios. Na verdade, trata-se de um arquipélago, uma vez que é formado por várias ilhas.
O ponto de chegada do navio é o Porto de Camará. De lá, são cerca de 60km em estrada asfaltada até o município de Salvaterra. Dos municípios, o mais desenvolvido é Soure, uma cidadezinha harmoniosa, conhecida como a ‘Capital do Marajó’. Para chegar lá, é preciso pegar a balsa em Salvaterra e atravessar o rio. Calma, desta vez a travessia é curta, apenas 10 minutos. As cidades são bastante simples, assim como os marajoaras, um povo que  aparenta viver feliz com toda sua simplicidade em meio a uma natureza  privilegiada.
Ah, e não se pode falar em Marajó sem citar os búfalos. Dizem que o arquipélago tem  250 mil habitantes e um milhão de cabeças de búfalos, o maior produtor do animal do País (não sei se é o único).  Bom, sei que búfalos gostam de água e água é o que não falta no Marajó, característica que facilitou a adaptação dos animais  na região. E eu, curiosa que sou, não sosseguei  até experimentar a carne de búfalo.  Da primeira vez não gostei muito, não. Mas na segunda vez, durante um almoço num pequeno restaurante em Soure, gostei. Só não repeti porque não sobrou. Não senti diferença da carne de gado... um filé suculento, delicioso. Conclusão: acho que carne de búfalo  depende do tempero e modo de preparo para ficar apetitosa. Para mim, está aprovada.
 E falta uma questão a responder: é caro conhecer  Marajó? Para minha surpresa, saindo de  Belém  a passagem do navio custa apenas R$ 15,00 nas acomodações populares. Com um pouco mais de dinheiro, R$ 30,00, você vai na sala vip, com TV e ar condicionado. A Ilha tem hotéis e pousadas a partir de R$ 80,00 a diária. Uma dica é a Pousada dos Guarás, em Salvaterra, linda, bom atendimento e com uma praia maravilhosa. O mais caro é chegar até Belém. Vale a pena  ficar atento às promoções das companhias aéreas e voar de bolso leve.  Fica aí a dica:  quer conhecer um lugar incrivelmente simples e belo? Visite a Ilha do Marajó.

Kiara Lubick Maldaner- jornalista da Abrajet-TO
A autora fez parte da comitiva que participou do Congresso da Associação Nacional dos Jornalistas Escritores em Turismo realizado no Estado do Pará, de 22 a 27 de setembro de 2011.
Foto: Kiara Lubick

Foto: Kiara Lubick