sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Belém de muitas cores e cheiros



A capital do estado do Pará, Belém, guarda na memória arquitetônica e cultural fatos que marcam a sua trajetória religiosa, social, econômica e política. Tais características podem ser observadas em visitas feitas ao acervo arquitetônico do Complexo Feliz Lusitânia, que engloba o Museu de Arte Sacra, Forte do Presépio, Catedral de Belém, Casa das Onze Janelas.
Mas, Belém consegue mostrar as belezas da arquitetura e dos monumentos do período colonial também na arquitetura da Basílica de Nazaré, Igreja das Mercês, Igreja do Carmo, Palácio Antônio Lemos, Museu do Estado (Palácio Lauro Sodré), Museu de Arte de Belém, Teatro da Paz e do famoso Mercado do Ver-o-Peso. Ressalto também o Bairro Cidade Velha onde tudo originou-se, dos seus casarões, dos prédios cobertos de azulejos vindos de Portugal e da França, embora estejam precisando de revitalização e maior valorização da população belenense.


Forte do Castelo
Fundado no século XVII, às margens da Baía do Guajará, o Forte do Castelo marca a origem da cidade de Belém e da colonização portuguesa na Amazônia. A edificação inicial do Forte foi feita em madeira com cobertura de palha, que à época foi chamado de Forte do Presépio, em alusão à data da partida da frota portuguesa, em 25 de Dezembro de 1615. Os índios Tupinambás ajudaram na construção do Forte, no qual foram construídos uma capela e alguns casebres para abrigar os soldados.
Hoje o prédio é um espaço cultural e um dos principais pontos turísticos de Belém, que permite ao visitante apreender com facilidade os usos e costumes culturais, sociais e militares do belenense no passado e seu importante papel para o progresso da cidade. A cidade de Belém restringia-se ao Forte e ao casario construído nos arredores deste, sendo um pequeno núcleo chamando de Feliz Lusitânia.

Casa das Onze Janelas
A Casa das Onze Janelas foi construída no século XVIII, por um rico senhor de engenho chamado Domingos da Costa Bacelar para sua residência. Posteriormente, a casa passou a funcionar como hospital, por intervenção do governador do Pará, Francisco de Athayde Teive, sob ordem do Governo Português. A casa deixou de funcionar como hospital em 1870, embora ainda tenha continuado a funcionar para funções militares, sendo o Corpo da Guarda e a Subsistência do Governo até o final do século XX. Hoje o local integra a paisagem com a história, lazer e cultura. Nela funciona o excelente e badaladíssimo Bar das Onze, com música ao vivo, um dos principais “points” da noite em Belém. Também abriga um restaurante com mesas ao ar livre às margens do rio.

Museu de Arte Sacra
O Museu de Arte Sacra funciona no conjunto formado pela Igreja de Santo Alexandre e pelo Antigo Palácio Episcopal (originalmente Colégio de Santo Alexandre). A Igreja era uma simples capela de taipa em homenagem a São Francisco Xavier, construída em 1653, juntamente com o Colégio de Santo Alexandre.

Igreja da Sé 
A Igreja da Sé Catedral Metropolitana em 1716, no interior do Forte do Castelo, foi construída uma capela dedicada a Nossa Senhora das Graças que, anos depois, ficaria em ruínas. Somente em 1748 foi iniciada a construção do atual templo, com telas, afrescos e painéis de grande valor.

Igreja das Mercês 
A Igreja das Mercês teve sua construção iniciada em 1640, sendo concluída em 1748. A edificação atual, construída sob projeto do arquiteto italiano Antonio Landi, na segunda metade do Século XVIII, é a única, em Belém, com fronteira em perfil convexo.

Mercado Ver-o-Peso
Mas o cartão postal de Belém é o Mercado Ver-o-Peso que foi erguido nas margens da Baía do Guajará, não se sabe ao certo a data, alguns historiadores acreditam que a edificação é de 1688. O Ver-o-Peso foi erguido pela necessidade de criar um posto de fiscalização devido à intensificação do fluxo de mercadorias que chegavam à capitania.
Símbolo cultural e turístico, no qual o turista e a população local podem encontrar frutas de sabores característicos da região, plantas ornamentais, artesanato marajoara e as famosas ervas medicinais usadas na composição de banhos e defumações. Complexo do Ver-o-Peso abrange a Estação das Docas, o Mercado Municipal (o chamado Mercado de Carne) a feira-livre, além da Praça do Pescador, de onde é possível apreciar a Baía do Guajará; e o Solar da Beira, localizado bem no centro da feira.
O Ver-o-Peso contém bancas comerciais de peixe proveniente dos rios paraenses e também trazidos por pescadores do mar aberto. O cheiro de peixe é forte, mas a riqueza histórica e comercial é bem retratada no local. Na feira ao lado do prédio principal o turista pode experimentar o tradicional açaí na tigela com peixe frito e farinha, prato típico do estado.

Estação das Docas
O Mercado de Ferro, que abriga a Estação das Docas, teve todas sua estrutura trazida da Europa em 1899, no auge da riqueza da borracha, seguindo um padrão arquitetônico europeu, de estilo eclético.
Criada a partir da restauração do antigo porto de Belém, a Estação das Docas oferece ao turista um complexo seis restaurantes, uma chopperia, lojas e quiosques de artesanato, salão de beleza, salas multiuso para realização de eventos, agência de câmbio, de viagem e bancos 24 horas, além de sorveteria e produtos regionais. Há, ainda, exposições permanentes com a história do porto e arqueologia urbana, cinema, teatro e salas para eventos.
O local é um grande centro turístico-cultural e de lazer na cidade de Belém. A Estação das Docas foi ricamente reurbanizada, contando com três armazéns, que oferecem aos visitantes variadas opções de gastronomia e cultura e um terminal de passageiros.
O turista passa o dia sem notar de tão agradável é o local. Interessante mesmo são os palcos móveis, no alto, acima das cabeças dos visitantes, de onde bandas e conjuntos musicais oferecem música ao vivo para os clientes dos restaurantes durante o almoço e jantar. Os referidos palcos é o reaproveitamento dos antigos trilhos de guindastes usados para embarcar e desembarcar mercadorias nas antigas docas.